quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Petrobras Biocombustível e Tereos inauguram destilaria de etanol

Investimento de R$ 30,8 milhões adiciona 110 milhões de litros de etanol ao ano. Mesmo assim, governo reduz a mistura do combustível na gasolina vendida nos postos

Por: Maurício Ferla, repórter do Portal Transporta Brasil
Investimento para nova unidade de produção foi de R$ 30,8 milhões
A Petrobras Biocombustível e a Tereos Internacional, por meio da Guarani, iniciaram a operação de uma destilaria de etanol em Colina (SP). A usina fabricava somente açúcar e passa agora a produzir etanol para atender à crescente demanda do mercado nacional pelo produto.Essa demanda está tão alta que o Brasil terá que importar cerca de 2 bilhões de litros de etanol de milho dos Estados Unidos, além de reduzir a mistura de etanol na gasolina, que era de 25% e passará a 20%.

O investimento na nova unidade produtiva foi de R$ 30,8 milhões e elevou a capacidade da destilaria no interior paulista a 500 mil litros de etanol por dia, o que corresponde a 110 milhões de litros por ano. Porém, a expectativa é que na safra 2011/2012 a produção seja de menos da metade da capacidade instalada com apenas 44 milhões de litros de etanol.

Para o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, o início da produção na destilaria faz parte do movimento de retomada de investimentos no setor. “Estamos contribuindo para migrar de um ambiente de crise de oferta para um cenário de produção sustentável de etanol”, afirmou ele, que revelou ainda que a destilaria em Colina faz parte do conjunto de investimentos da ordem de R$ 800 milhões aprovados para o estado de São Paulo através da Guarani.

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a Petrobras sairá de 5% de participação para 12% do mercado brasileiro de produção de etanol, lembrando a meta do Plano de Negócios 2011-2015 da Companhia, aprovado pelo Conselho de Administração da estatal, grupo do qual ele próprio faz parte.

O presidente da Tereos Internacional, Alexis Duval, informou que a unidade iniciou suas operações em 2003 processando 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar. Com os investimentos desde 2006, alcançou capacidade para processar 4 milhões de toneladas de cana.

Consumo em alta

O governo decidiu ontem reduzir de 25% para 20% o teor de álcool anidro misturado à gasolina vendida nos postos do país. A medida será tomada para tentar evitar a falta de etanol no mercado –o preço do combustível tem aumentado muito nas últimas semanas e inflado o preço da gasolina no País. A expectativa do governo é de que esse aumento da disponibilidade do combustível no mercado não haja risco de desabastecimento e que a gasolina mantenha o preço, item que impacta no índice de inflação oficial.

Segundo o ministro Lobão, a medida passa a valer a partir do próximo mês e não há data para ser revertida, será mantida enquanto for considerada necessária pelo governo para evitar escassez.

“Temos que garantir o abastecimento para esse ano e para o próximo. Sabemos se a safra do próximo ano não será muito melhor que a atual”, afirmou Lobão, após reunião com a presidente Dilma Rousseff e com os ministros Fazenda, Guido Mantega, o da Agricultura, o recém-empossado Mendes Ribeiro e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

A promessa é de que essa não será a única medida governamental para atender a crescente demanda pelo combustível, que explodiu com a criação dos carros bicombustível. Entre essas novas ações, Lobão afirmou ainda que a Fazenda deve anunciar nos próximos dias medidas de financiamento e desoneração para o setor de etanol.

Essa necessidade de redução do etanol acontece em plena safra, época em que o preço é mais baixo, em São Paulo, por exemplo, o litro desse combustível poderia ser encontrado por cerca de R$ 1 há dois anos, atualmente o combustível está na casa de R$ 1,85 pelo mesmo volume. O litro do hidratado está saindo da usina por R$ 1,24 e o do anidro por R$ 1,43, ambos sem frete e impostos, de acordo com dados da última sexta-feira. Esse valores indicam alta de 49,9% e de 47,9% respectivamente, quando comparados aos do ano passado.

Na semana passada, a Única, entidade que representa as usinas produtoras de álcool e açúcar, divulgou queda de 12% na moagem de cana –40,4 milhões de toneladas a menos– e de 31% na produção do hidratado –3,4 milhões de litros do combustível a menos circulando no mercado.

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