sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Biogás a partir da Vinhaça



Publicado em 5.4.2012, no Jornal do Commercio. Por Angela Belfort, da Editoria de Economia. Foto: Shirlene Marques/Especial para o JC, em 4/4/2012.

O grupo pernambucano JB e a empresa baiana Cetrel inauguraram, ontem, a primeira planta industrial que produz biogás a partir da vinhaça, um subproduto gerado na fabricação do álcool. No País, é a primeira vez que essa tecnologia é usada em escala industrial. Inteiro, o projeto gerou um investimento de R$ 15 milhões, dos quais R$ 6 milhões foram empregados nas instalações novas da Companhia Alcoolquímica Nacional, usina do JB, em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata. No local, também está sendo implantado uma planta piloto para ver a viabilidade econômica do bagaço da cana-de-açúcar ser utilizado como matéria-prima para o biogás.

Atualmente, a vinhaça é usada para fazer a fertilização do canavial. Inicialmente, será usada 20% da vinhaça da usina da JB, o que significa 1 milhão de litros por dia durante a safra. Isso será transformado em 600 megawatts-hora (MWh) por mês de energia, quantia suficiente para abastecer a cidade de São Vicente Ferrer – também na Zona da Mata –, que tem 18 mil habitantes.

Na fabricação do gás, a vinhaça é colocada num biodigestor com algumas bactérias que fazem com que uma parte do produto vire combustível. Depois disso, o biogás é colocado num motor para gerar energia, a qual entra na rede de distribuição.

O produto também é benéfico ao meio ambiente porque vai extrair o metano existente na vinhaça que será transformado em biogás e queimado para gerar energia. Após a fabricação do gás, a vinhaça volta ao campo para ser usada na adubação. “A vinhaça não perde suas propriedades de fertilização depois de ser usada na fabricação de gás”, resume a gerente de área de bioenergia da Cetrel, Suzana Domingues.

“Estamos agregando energias limpas. A Cetrel nos procurou e achamos um projeto interessante”, comenta o presidente do Grupo JB, Carlos Beltrão. O modelo de negócios do projeto foi interessante para a empresa. Os recursos empregados saíram da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) que entrou com 50% e a outra metade, bancada pela Cetrel. “A JB entrou com a matéria-prima e vai receber uma parte da venda de energia”, explica o presidente da Cetrel, Ney Silva. A energia do projeto pode ser vendida por R$ 130, o MWh.

O projeto implantado na JB pode crescer até cinco vezes mais num horizonte de três anos, segundo Suzana Domingues. “A nossa expectativa é que a partir da primeira safra comecem as ampliações”, conta.

Leia mais aqui sobre o aproveitamento da vinhaça na produção de energia.


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